Na fragilidade do recém-nascido, o Infinito toca o finito, e o Eterno se faz visível no tempo. A plenitude divina não se impõe pela força, mas resplandece na vulnerabilidade, revelando que a verdadeira potência não está no domínio, mas na doação. A Luz que emana do Verbo encarnado não apenas dissipa as sombras da ignorância, mas atrai todas as realidades para a sua origem luminosa. Nele, a manifestação celeste não é um êxtase distante, mas a transparência do Ser que permeia e sustenta todas as coisas. A salvação não é um evento exterior, mas a reintegração do humano ao seu princípio absoluto, onde cada existência se torna um reflexo da Verdade primordial.
Malaquias 3,1-4 (Vulgata e tradução para o português)
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Ecce ego mitto angelum meum, et præparabit viam ante faciem meam. Et statim veniet ad templum suum Dominator, quem vos quæritis, et angelus testamenti, quem vos vultis. Ecce venit, dicit Dominus exercituum. (Malaquias 3:1)
Eis que eu envio o meu anjo, e ele preparará o caminho diante de mim. E, de repente, chegará ao seu templo o Senhor, a quem buscais, e o anjo da aliança, a quem desejais. Eis que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos. -
Et quis poterit cogitare diem adventus eius, et quis stabit ad videndum eum? Ipse enim quasi ignis conflatorii et quasi herba fullonum. (Malaquias 3:2)
Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda? E quem poderá manter-se de pé quando ele aparecer? Pois ele será como o fogo do fundidor e como a lixívia dos lavadeiros. -
Et sedebit conflans et purgans argentum, et purgabit filios Levi et colabit eos quasi aurum et quasi argentum, et erunt Domino offerentes sacrificia in justitia. (Malaquias 3:3)
E sentar-se-á como quem refina e purifica a prata; purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e prata, para que ofereçam ao Senhor uma oblação em justiça. -
Et placebit Domino sacrificium Juda et Jerusalem sicut dies sæculi et sicut anni antiqui. (Malaquias 3:4)
Então a oblação de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos e nos primeiros anos.
Reflexão
O anúncio da purificação dos filhos de Levi revela que a obra divina não se impõe pela força, mas pela transformação interior. Como o fogo que refina o ouro, a presença de Deus purifica, eliminando as impurezas que obscurecem a luz interior do homem. Essa depuração não é destruição, mas elevação: cada criatura, ao passar pelo cadinho divino, torna-se mais transparente à verdade e ao amor que sustentam o cosmos. O Senhor não é apenas aquele que vem, mas aquele que nos torna capazes de recebê-lo. Assim, a verdadeira oferenda não está no ritual externo, mas no coração transformado, que reflete a luz que um dia envolverá todas as coisas na unidade plena.
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